Arte urbana de São Paulo, NY e Berlim é tema de publicação

Grafite - Labirintos do Olhar é o título do livro de Eduardo e Gabriela Longman, que será lançado em abril, na capital paulista

Capa do livro “Grafite – Labirintos do Olhar” 

O livro “Grafite – Labirintos do Olhar” é resultado de projeto iniciado em 2014 pelo fotógrafo Eduardo Longman e pela jornalista Gabriela Longman, com intenção de observar, refletir e pesquisar a produção de arte urbana de São Paulo, Nova York e Berlim.

A ideia de fazer incursões pelas ruas das três metrópoles surgiu de conversas entre os autores, pai e filha, que manifestavam o desejo de trabalhar juntos. Ele lembrou de um ensaio emblemático que fizera sobre o centro de São Paulo para a 14ª Bienal Internacional de São Paulo (exibido também no Museu da Imagem e do Som – MIS em 1980); ela, jornalista na área cultural, trouxe o interesse pelo desenvolvimento da linguagem global do grafite em diferentes arquiteturas e contextos.

Publicado pela BEI Editora, o livro bilíngue conta com 182 páginas e 123 imagens. Com um capítulo dedicado a cada uma das cidades, o livro tem design criado pela Bloco Gráfico, capa impressa em serigrafia e uma combinação de papéis que remete à sinalização urbana.

“Olhamos para um fenômeno contemporâneo inquietante que, ao romper com o estabelecido, propõe questionamentos sobre o espaço urbano e sobre a própria ideia de criação artística”, diz Eduardo.

“Este livro procura situar o grafite nem no céu, nem no inferno, mas procura exaltar algumas de suas qualidades, especialmente o ideal de liberdade, risco e experimentação envolvidos […]. Não é apenas um livro de fotografia – ainda que as fotos extrapolem, e muito, o registro documental -, não é um diário de viagem, não é um catálogo artístico e não é uma reportagem – ainda que essas categorias estejam misturadas aqui e ali, assim como os grafites se misturam tantas vezes entre cartazes, tapume e telhados”, escreve Gabriela na introdução.

O lançamento será realizado em etapas. A primeira será no dia 7 de abril, com uma palestra dentro dos Talks da Arte! Brasileiros durante a SP-Arte 2017, na capital paulista. Os autores vão compor uma mesa com Nelson Brissac e Baixo Ribeiro, da galeria Choque Cultural.

Confira abaixo uma entrevista exclusiva do ARCOweb com os autores:

Qual o motivo da seleção destas três cidades para compor o livro?
Desde o início havia uma intenção de investigar a produção de grafite em três contextos urbanos distintos, três continentes, três arquiteturas. São Paulo é nossa cidade de nascimento e atuação; Nova York é o berço do movimento, e o que aconteceu ali nas décadas de 1970 e 1980 é uma espécie de chave para a compreensão do grafite. Berlim, além de reunir alguns dos melhores murais da Europa, tem uma história particular – a de ter sido uma cidade dividida por mais de duas décadas – que nos interessava especialmente para pensar essa produção.

Em que tipos de espaços/regiões foram observados, em cada uma delas, os grafites? Áreas centrais ou periféricas, locais marginais/abandonados ou estabelecidos?
Em sua maioria – ainda que não de forma absoluta – as imagens foram feitas em áreas periféricas: vielas, viadutos, áreas de depósitos, zonas mais afastadas – áreas, estas, que o grafite encontra maior espaço. Em Nova York, por exemplo, a maior parte da produção está fora de Manhattan. Em São Paulo, encontramos um dos conjuntos mais significativos na Vila Flavia, em São Mateus, no extremo leste da cidade. 

Existem influências/padrões semelhantes entre as artes destas cidades?
Sim. Hoje, tanto as ideias quanto as pessoas circulam com mais facilidade e rapidez. As influências se espalham via internet, via Instagram, e os próprios artistas viajam para produzir em diferentes cidades graças a uma espécie de rede global de amizades, parcerias, associações e projetos que se criou especialmente na última década. Dessa forma, em consonância com o fenômeno da globalização, alguns temas e técnicas são, sim, bastante similares, mas a influência da cultura, vegetação e do desenho urbano de cada uma delas também se faz presente.

Predominam as manifestações espontâneas ou são obras de encomenda?
Predominam de forma quase que absoluta as manifestações espontâneas. O que disto escapa são trabalhos feitos dentro de projetos promovidos por associações e organismos municipais de incentivo à arte urbana.

GRAFITE – LABIRINTOS DO OLHAR
Autores Eduardo Longman e Gabriela Longman
1ª Edição 2017
Edição bilíngue | Português e Inglês
19 x 28 cm | 182 páginas | 123 imagens
ISBN 978-85-7850-144-0
Preço de capa R$ 60,00
Patrocínio CSN

SERVIÇO LANÇAMENTO
Palestra Talks da Arte! Brasileiros
Participantes Eduardo Longman, Gabriela Longman, Baixo Ribeiro (Choque Cultural) e Nelson Brissac Peixoto
Data Sexta-feira, 7 de abril de 2017 
Horário 16h-18h30
Local Auditório do Pavilhão da Bienal, primeiro subsolo, Parque Ibirapuera, portão 3, Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n – Estacionamento no Parque com Zona Azul
Entrada gratuita