BIM pode ajudar a acabar com a corrupção na construção civil

Uma das grandes conquistas da revolução 4.0, a metodologia BIM garante um processo de trabalho transparente durante o planejamento, concepção e a execução de uma obra, impossibilitando atos ilícitos como o desvio de verbas públicas

O Brasil teve uma piora significativa no mais recente ranking da Transparência Internacional que avaliou a percepção da corrupção no mundo. Divulgado em fevereiro de 2018 pela entidade, o estudo mostra que o país caiu 17 posições em comparação a 2017, passando a ocupar o 96º lugar na lista que classifica a corrupção do setor público em 180 nações.

Na escala que vai de zero (mais corrupto) a 100 (menos corrupto), o Brasil aparece com 37 pontos, três a menos que em 2016. Desde 2014, como mostra o documento, o índice de percepção da corrupção (IPC) vem piorando no país – atualmente está na pior situação dos últimos cinco anos.

Segundo o estudo da Transparência Internacional, esse percurso de queda pode ser explicado pelos efeitos da Operação Lava Jato – operação que desde 2014 investiga a lavagem e o desvio de dinheiro envolvendo políticos, construtoras, empreiteiras e empresários do setor da construção civil – e outras grandes ações promovidas pela Polícia Federal que mostram um esforço para enfrentar o problema.

O contraditório é que, mesmo o país persistindo no combate à corrupção, não há mostras de aumento da percepção de seu fim por parte da população brasileira. Isso porque, como explica a entidade, prevalece a percepção de que os fatores estruturais da corrupção nacional são inabaláveis e de que o país não é capaz de resolvê-los.

BIM e construção civil

Os escândalos de corrupção descobertos pela Lava Jato trouxeram para o Brasil uma forte recessão econômica, desemprego, queda na produtividade da indústria, perda de investimentos e credibilidade internacional, além de obras superfaturadas.

Assim, a área da construção civil se vê envolvida, de forma reiterada, nestes esquemas de ilegalidade. Um dos principais fatores que favorecem isso é a falta de um processo de trabalho transparente durante o planejamento, concepção e execução de uma obra. Tudo isso faz com que a metodologia BIM (Building Information Modeling), que é uma das grandes conquistas da revolução 4.0, ganhe protagonismo no cenário do setor AECO (Arquitetura, Engenharia e Construção).

Este novo modo de trabalhar consiste no conhecimento de softwares e processos que atendem em tempo real as diferentes disciplinas que se relacionam durante o ciclo de vida do projeto. Dessa maneira, ao envolver toda a cadeia produtiva, o BIM permite melhor desenvolvimento dos projetos e uma previsão de custos mais bem definida, o que impossibilita atos ilícitos, os quais são comuns em cenários com processos soltos e sem metodologias de controle.

Portanto, essa tecnologia que vem revolucionando o setor AECO, além de ser uma tendência, é um investimento ao combate à corrupção na área da construção civil, visto que a sua aplicação reduz os “imprevistos” durante a execução de uma obra e, consequentemente, os aditivos contratuais, que são a porta de entrada para a corrupção no setor público brasileiro.

Implantação mundial

Apesar do Brasil ainda estar vivendo tempos de crise política e econômica, é importante a fomentação e o investimento em BIM para tirar o país do atraso tecnológico e de seu apetite desenfreado pela corrupção. Santa Catarina é um dos estados que tem se destacado nacionalmente na implementação do BIM em obras públicas.

É relevante salientar que em países como Estados Unidos, Singapura, Inglaterra, Reino Unido, Centro e Norte da Europa, Escócia, Finlândia, Japão, Emirados Árabes, Sudeste Asiático, China, Chile e Austrália, para participarem de licitações, contratos e colaborações de projetos de construção, reforma e instalação, as empresas necessitam implantar obrigatoriamente o modelo BIM e suas ferramentas devido às exigências do setor e do governo. Nos países do G20, também será obrigatório o uso da tecnologia em obras públicas ou financiadas com recursos públicos.

Atualmente, existe no Brasil uma Comissão de Estudo Especial de Modelagem de Informação da Construção – CEE-134, da Associação Brasileira de Normas Técnica (ABNT), que elabora uma norma brasileira sobre BIM, a NBR 15965, que já conta com trechos publicados.

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) é outro órgão do governo federal que atua no sentido de promover seminários e estudos para a disseminação da tecnologia, como a coletânea de guias BIM ABDI-MDIC, que estabelece diretrizes para orientar no processo de projeto BIM.

Em março deste ano, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) e o Senai Nacional realizaram o seminário “BIM: Oportunidade para Inovar a Indústria da Construção e Aumentar a Transparência das Compras Públicas”, que reuniu em Brasília cerca de 130 profissionais – a maioria de representantes do setor público – e foi acompanhado online por mais de 8 mil interessados em aprender sobre a ferramenta.

Formação em BIM

Em conclusão, adotar BIM é estar um passo a frente devido ao fato de poder otimizar o investimento nos projetos, antecipar problemas, evitar erros, aumentar a eficiência, encurtar prazos de entrega e ainda é uma urgência ao ser uma ferramenta infalível contra corrupção e essencial para a construção de um novo Brasil.

No entanto, segundo profissionais do setor, para que a tecnologia BIM gere efetivamente esses benefícios e resultados é preciso que ela seja utilizada de forma correta. Nesse sentido, é fundamental que as equipes envolvidas trabalhem de forma integrada e estejam capacitadas para explorar todas as possibilidades de aplicação da plataforma.

A Zigurat Global Institute Of Technology vem colaborando com essa digitalização da indústria através de um modelo de educação que rompe paradigmas, pois baseia-se em uma metodologia online imersiva e trabalho colaborativo, que conecta profissionais de todo o mundo realizando projetos na nuvem. Outro diferencial da Zigurat é o desenvolvimento de projetos internacionais, nos quais os estudantes simulam processos reais com softwares BIM, o que possibilita o domínio da tecnologia e dos processos exigidos no setor.

A proposta da instituição educacional é promover uma experiência global de qualidade e flexível a rotina dos alunos, os quais, através do campus virtual, realizam um intercâmbio de informações e metodologias de trabalho com profissionais localizados em diversas partes do mundo. Assim, a experiência do aluno é extremamente enriquecedora, já que além de construir uma rede de networking abrangente, está a par das diferentes tendências dos cinco continentes.

A escola conta com dois másteres em BIM para profissionais do setor AECO falantes do idioma português localizados no mundo todo: International Master BIM Manager e International Master BIM Manager Infraestruturas.

O primeiro está baseado no domínio das principais ferramentas BIM do mercado para a gestão da informação e documentação durante todo o ciclo de vida de um projeto. Além disso são adquiridas as competências de modelagem, coordenação, interoperabilidade, implementação e gerenciamento da metodologia BIM em projetos construtivos de grande, médio e pequeno porte.

o segundo máster é voltado para o estudo e desenvolvimento de BIM para projetos de infraestrutura, indústria de estruturas metálicas, obras viárias, ferroviárias, hidráulica, pontes e túneis.

Saiba mais:

International Master BIM Manager:

 

International Master BIM Manager Infraestruturas: