No imaginário do habitante urbano, o quarteirão tende a ser percebido como uma casa maior, local onde se estabelece uma inevitável interface dos interesses individuais – representados pela casa, apartamento ou negócio – e da demanda coletiva de acomodação espacial. Embora a associação entre habitação e rua tenha um apelo cognitivo irresistível, como referência espacial urbana – a rua onde eu moro, a rua onde eu trabalho -, é provável que, analisados os impactos, a condição de habitar em um quarteirão seja talvez ainda mais decisiva na vida do morador. É no interior do quarteirão que ocorrem a vizinhança imediata, a maior proximidade entre edificações; ali a insolação é disputada centímetro por centímetro. Pode-se dizer que a qualidade de vida nas cidades está inseparavelmente ligada à maneira como ocorre essa interface de edificações, a qual, em última instância, dependerá do modo como essas se acomodam no quarteirão.
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